Por ELIANE VERAS SOARES, MARIA LÚCIA DE SANTANA BRAGA, DIOGO VALENÇA COSTA
Resumo: Neste artigo, discutimos uma das vertentes de interpretação sobre as relações raciais no Brasil que emerge na década de 1950, a partir da pesquisa sobre relações raciais em São Paulo, realizada por Roger Bastide e Florestan Fernandes, sob os auspícios da Unesco. Aqui são destacados alguns pontos de aproximação e diferenças entre os pensadores, a fim de apresentar os contornos gerais de suas respectivas explicações teóricas relativas aos problemas do preconceito e discriminação raciais. Não supondo uma perfeita concordância e unidade de pensamento entre os dois cientistas sociais, mas também não percebendo suas abordagens como diametralmente opostas ou antagônicas e, sim, complementares, criticamos visões reducionistas que associam Roger Bastide a um paradigma tradicional-culturalista de explicação das relações raciais, aproximando-o da interpetação de Gilberto Freyre, e atribuem a Florestan Fernandes uma confusão entre as categorias de classe e raça, explicando a desigualdade racial como resultante da pobreza e não do preconceito e da discriminação. Por fim, a partir do resgate do significado das posições teóricas de Roger Bastide e Florestan Fernandes, procurou-se verificar como a explicação sociológica esboçada a partir dos anos 1950 se traduziu em proposições políticas de superação do dilema racial brasileiro, na atuação de Florestan Fernandes como deputado federal (1987-1994).
Palavras-chave: Roger Bastide; Florestan Fernandes; dilema racial brasileiro; proposição
política.
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